segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Apadrinhamento de Estudos : Post 1 - O começo

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“... Felizes aqueles que crêem sem ter visto!”  João 20:29

Neste ano, doze crianças da Casa Naim SP* receberam a oportunidade de estudar em um colégio particular. Algumas famílias assumiram o grande desafio de apadrinhar seus estudos em escolas privadas o que tem proporcionado reconhecimento, alegria e melhor qualidade de ensino às crianças em situação de acolhimento institucional. Saiba mais sobre este projeto e como poderá contribuir com a ação de fortalecimento socioeducativo em conjunto com a Aliança de  Misericórdia. 

Este texto é de uma série de quatro publicações que serão postadas mensalmente, relatando as vivências do Projeto Apadrinhamento de Estudos ao longo deste 1º. semestre do ano letivo de 2016.
Maria Carolina F.F. Pires e afilhado de 8 anos

“Eu e o meu marido apadrinhamos um menino de 8 anos e um adolescente de 15 anos. A idéia de apadrinhar os estudos de uma criança, surgiu da experiência adquirida , ao longo de 10 anos, como voluntária, acompanhando o projeto de apadrinhamento escolar em uma outra casa de acolhimento institucional. Nesta casa aproximadamente 60 crianças estudaram em escola particular, custeadas por padrinhos. Quando iniciei meu voluntariado na Casa Naim SP, sugeri para a equipe de voluntárias que tentássemos fazer esta mesma ação pelas nossas crianças.” - Maria Carolina F. F. Pires

A  iniciativa desta ação nasceu de um grupo de amigas voluntárias, que se uniram em equipe, com o objetivo de oferecer a crianças e adolescentes uma formação de melhor qualidade, que os levem a descobrir as suas aptidões e desejos.  Pesquisaram as escolas da redondeza e elegeram a que mais se encaixava nos requisitos e perfil das crianças. 
Convidaram algumas pessoas amigas, para participar da experiência de adotar um aluno propiciando a uma ou mais crianças uma vaga em escola particular.
Valéria Gasparim e afilhado de 6 anos

"Decidi que iria colocar o meu afilhado de 6 anos em um colégio particular e ao mesmo tempo desejava muito poder arrumar madrinhas para os dois irmãos dele, de 8 anos e de 10 anos , então conversei com duas amigas e pedi a elas para os apadrinharem, as duas concordaram , pulei de felicidade !!!!!  Fui então visitar três colégios para ver qual seria melhor para eles e encontrei uma escola que as classes apresentavam menos alunos o que achei muito interessante pois teriam muito mais atenção . Negociei valores para os 3 e consegui um bom desconto , foi aí que tudo começou...”  – Valéria Gasparim

As famílias participantes, tem o desejo de fazer a diferença na vida das crianças, poder ser presença viva nestas vidas. Serem aqueles que oportunizam e acompanham sem grandes expectativas de cobrança, mas cuidando para que seja uma trajetória de sucesso.
Lara F. Mendes e afilhado de 10 anos
“Quando me perguntaram se eu queria apadrinhar uma adolescente de 15 anos, topei na hora, fiquei muito feliz. Proporcionar educação a alguém é mudar seu futuro, dar condição de entender e lutar por um mundo mais justo, aprender direitos e deveres, viver dignamente. Conhecimento é liberdade.” - Silvana Festa 

A escola escolhida fez testes para avaliar em que etapa da aprendizagem havia defasagem e sinalizou que todos teriam condições de acompanhar mas precisariam de ajuda extra.

“ No início eu estava avaliando como o processo funcionaria na prática. Toda a formalidade foi quebrada quando,  fui fazer a matrícula e conheci ESTE ALUNO que havia sido escolhido para eu contribuir. ESTE ALUNO não é meramente um ALUNO ele é o Bruno (nome trocado por medida judicial). Um menino de 12 anos que prontamente se apresentou, conversou sobre os seus objetivos e deu sua opinião sobre a escola. Não sei como descrever a sensação que tive em ver o quanto ele estava encantado com a oportunidade: novos amigos, novos professores, nova organização, nova motivação, nova vida ... 
Eliza Rossi e afilhada  de 9 anos
Vida nova, ele também me deu, quando me mostrou as dependências da escola e os detalhes de como ele se encaixaria naquele novo espaço e eu,  fui emocionalmente me encaixando no sonho dele que virou o meu desejo de poder ajudar ,de uma forma tão simples, a formação de uma criança que se mostrava tão preciosa.” Maria Voivodic

A ação de apadrinhameno  de estudos foi discutido entre a equipe de coordenadores e missionários das Casas Naim. Houve um consenso que iniciaríamos com os grupos de irmãos e as crianças que estavam há mais tempo abrigadas e destituídas da família de origem. Entendemos que a educação de qualidade é um direito de todos mas não conseguimos padrinhos suficientes para todas as crianças. 

Débora Feder e afilhada de 11 anos
"Apadrinhei uma linda menina de 11 anos , ela é a menor de um grupo de irmãos e esta há muito tempo no abrigo. A minha maior emoção foi vê-la feliz e confiante. O saber é relativo, essa criança possui uma capacidade enorme de viver o amor e o desamor...o conhecimento vai ajudá-la a ter esperança, nada se pode temer da educação quando se ama. Eu só quero que ela sinta-se amada e respeitada.” - Debora Feder

Para o ano de 2017, precisamos de mais madrinhas e padrinhos de estudo, nossa oração é para que todas as crianças da Casa Naim tenham esta oportunidade.

“Começamos com 4 crianças e conseguimos chegar ao total de 12. A meta e´que em 2017 todas consigam uma oportunidade. Nós abraçamos esta causa juntas.” - Maria Carolina F. F. Pires

“Convido a todos que tiverem esta disponibilidade financeira, experimentarem a sensação de participar da construção,  mesmo que só com um tijolinho, de um novo cidadão para o nosso país.” Maria Voivodic

“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem , ou que os seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém...” – Mais uma Vez, Renato Russo. 

Se você desejar apadrinhar uma criança e fazer parte deste sonho entre em contato conosco: 
azulaborboletaazul@gmail.com


By Carla Cirilo

* Casa Naim SP, Programa de Acolhimento Institucional onde vivem crianças e adolescentes de 0 aos 17 anos e 11 meses, vítimas de maus-tratos, em situação de risco, órfãos e ex-moradores de rua.